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Um ano
Passou um ano do início da guerra na Ucrânia e quando olhamos para este ano vamos vendo o horror da guerra aqui tão perto. Pela primeira vez na minha geração estamos próximos da ação. Recebemos refugiados e sentimos no dia a dia, sobretudo através da inflação os custos deste momento, uma pequena impressão e felizmente não tudo. Um dos receios que tenho desde sempre é passar pelo horror da guerra e este momento deixa-me apreensivo e triste.
Para mim as guerras são como as desculpas, evitam-se. Esta guerra como outras tem poucos vencedores e nunca são aqueles que no fim julgam que saem vitoriosos. Nenhum país ganha uma guerra — todos perdem. Os vencedores são os que fabricam e vendem armas, os que utilizam a guerra para especular sobre os preços, os que beneficiam com as oportunidades de negócio da guerra. Quando a Ucrânia vencer, será um país devastado que necessitará de pelo menos uma geração para recuperar. Na Rússia, este país enorme talvez os impactos sejam menores, mas haverá sempre uma mãe que perdeu um filho e isso é imperdoável.
Historicamente os países de grande dimensão tendem a desvalorizar os seus cidadãos, ficam demasiadas vezes focados dentro de pequenas bolhas onde a realidade é diferenciada, rica onde os outros não interessam. De alguma forma vimos isto na China de Mao, na Rússia Comunista e voltamos a ver agora nesta Rússia divida entre o Ocidente e Oriente. Mas pode acontecer que com um…