Prisão

Esta semana por causa do surf fui à prisão. Fruto do trabalho que tenho desenvolvido utilizando o surf para empoderar as pessoas a regressarem ao mercado de trabalho, fui convidado para ajudar a desenvolver um projeto numa prisão.

Fizemos uma primeira reunião na zona administrativa da prisão há uns meses e apesar de não termos passado daí senti dessa visita que entrava num espaço do século passado, com pouca manutenção e apesar de estarmos no Verão, frio. Como esperava, o espaço e as pessoas viviam de acordo com regras claras e objetivas.

Tinha recebido uns meses antes no meu escritório um ex-recluso que me contou muitas histórias, de medo, ansiedade, desafios e sobrevivência. Do meu lado queria absorver mais informação. Mais do que ler sobre o assunto, que fiz, queria ouvir na primeira pessoa o que era estar preso, que regras existiam, que perigos e sobretudo que desafios quando se sai, porque seria aí o meu foco. Como criar um projecto que inverta a tendência de 85% de reincidentes no sistema prisional. Quem me conhece sabe que me movo por coisas concretas e objetivos tangíveis.

E esta semana, porque escolhi o Surf fui visitar esta prisão. Passei do lado administrativo para as oficinas de carpintaria, serralharia, eletricidade, pelos pavilhões pré-fabricados onde funciona a escola. Passei pelos corredores, pela cozinha e pelo refeitório. Fui ver a padaria. Cheirava a pão…